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12 Junho, 2023 Cheguei ao Dentes de Leão já ele começava discretamente a brotar do solo. Cuidei que despontasse, procurando ter a clarividência necessária para o perceber e integrar, definindo e cumprindo um conjunto de metodologias à altura da delicadeza da sua forma e das suas raízes. Procurei identificar, inspirar e gerir novas formas de pensar e fazer num campo fértil para as artes participativas, atendendo à multiplicidade de protagonistas envolvidos, de diversas áreas, escalas e idades, que convocaram e reclamaram diferentes olhares, projeções, aspirações. Dei tréguas ao desconhecido e agarrei o desafio desta enorme encruzilhada, sem reparar no modo como o contorno destes lugares se transformava em parte da minha história enquanto esperava a sensação justa e concreta de que o projeto havia feito sentido e o seu caminho. ver mais
12 Junho, 2023 Participei no projeto Dentes de Leão, integrando a equipa de artistas, sobretudo com expectativa e desejo de explorar os possíveis e diversos caminhos que um projeto participativo pode percorrer. Não tinha grande ideia de como é que me podia posicionar nem de como é que podia contribuir para o mesmo. Neste momento, enquanto escrevo, vêm-me à cabeça palavras como individualidade, autoridade, autonomia, colaboração, expressão de identidade, autoria, conhecimento, responsabilidade, proteção, limite e risco. Muitas destas palavras estão, para mim, relacionadas com a ideia de poder e, quando associadas às palavras “arte” e “participação”, faz sentido pensá-las a partir de perguntas: como é que a arte e a participação se encontram? Que repercussões tem esse encontro na tentativa de aproximação à prática artística? Porque é que isso é uma necessidade? E é uma necessidade de quem? ver mais
12 Junho, 2023 Em janeiro de 2022, estava perdida na minha própria confusão, mas, no Fórum de Abertura do Dentes de Leão, senti-me acolhida e incluída no projeto e encontrei paz nos nossos encontros semanais. Passei pela fase mais complicada da minha vida, mas dediquei-me ao projeto, por imaginar as coisas bonitas que íamos fazer ao longo deste ano. Fui a versão mais comunicativa e criativa de mim própria. Existiram momentos em que me senti perdida e a única coisa que me manteve por perto foram as pessoas, como as mediadoras e os participantes (os que sobraram). Depois de um ano de encontros aos sábados, depois de um ano a espalhar sementes por aí, estou muito grata por tudo o que aprendi neste projeto e por todos os momentos que vivi nele. O Fórum em Lisboa fez-me sentir muitas emoções bonitas e deixou-me com um sentimento de satisfação, com um sentimento de quem fez, de facto, coisas bonitas. ver mais
11 Junho, 2023 Entrei no Dentes de Leão como assistente da produção, sobretudo para apoio no terreno, nas apresentações previstas para os municípios de Évora e do Sardoal. Nunca tinha integrado um projeto que tivesse como eixo central as artes participativas. Sinto que esta experiência me enriqueceu, me abriu horizontes para o questionamento da participação de uma comunidade na criação artística e me sensibilizou para a dificuldade que é essa integração. Após a minha participação no Dentes de Leão, creio ter alcançado um olhar mais profundo e sensível sobre “participação”, tendo, agora, consciência de que, por vezes, as nuances da integração podem ser tão “suaves” que se tornam impercetíveis a olhares superficiais. Contudo, os pequenos passos conquistados na interação com comunidades de interior podem operar mudanças internas, de questionamentos e aceitação mútuos, que perdurarão no espaço, no tempo e nas pessoas por um período muito superior ao do projeto. ver mais
11 Junho, 2023 Fui selecionada para este projeto como artista. No pensamento artístico, o tempo é um ingrediente essencial. Num projeto participativo, aprendi, ainda mais o é. Ao longo deste ano, compreendi como é importante que esse tempo seja dado ao diálogo. Participar começa quando nos conhecemos, quando percebemos o que nos trouxe até aqui e o que podemos e queremos construir em conjunto. Passar tempo a conversar nunca é tempo perdido, mas o momento de construção de uma comunidade efémera. Nela, senti-me uma peça de um puzzle complexo, onde o encaixe não é determinado por uma forma, mas por uma relação. Naturalmente, este projeto teceu uma rede de relações que não existiam à partida e que se foram encaixando pelo tempo, pela sua falta e pelo seu cumprimento. Não sei se essas relações têm nomes fixos, como “artista” ou “jovem”, mas com o vocabulário possível, individual+coletivo, envolvi-me no tangram da participação. ver mais
8 Junho, 2023 Eu fui um dos produtores do projeto (da parte da Culturgest). O Dentes de Leão deu-me a conhecer novas pessoas e formas de trabalhar no âmbito das artes participativas. Permitiu-me uma maior reflexão em torno dos temas que configuram a participação. ver mais

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