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Quem foste no Dentes de Leão? |
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25 Junho, 2023 | A minha vida mudou muito desde o início deste projeto e consequentemente eu também. O Dentes de Leão apareceu na minha vida de uma forma inesperada, mas que acredito que me beneficiou. Sinto que tive uma participação consistente no projeto, dei o que tinha para dar. E sinto que o projeto e os participantes também me trouxeram muito. Penso que o que me afetou mais foram as diferentes interações que tive, as pessoas que conheci e também a oportunidade de integrar dois grupos de jovens diferentes (Évora e Lisboa). Todas as experiências que tive no âmbito do projeto mudaram a minha forma de pensar, por ser algo tão novo no meu dia-a-dia. | ver mais | |
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Quem foste no Dentes de Leão? |
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25 Junho, 2023 | Gosto de mudar de lugar, de cirandar e de ser levada pelas ideias de outras pessoas. Gosto de debate, de dissensão, de gente diferente de mim. Pequena como o dente-de-leão, persistente, dou atenção a detalhes (uma mão, uma palavra sibilada, o tom daquele silêncio, aquele aparente rabisco), porque acredito que é nos detalhes que se escondem os pensamentos e as emoções mais profundas. Talvez eu seja uma erva daninha, embora sem propriedades terapêuticas (talvez mais daquelas que provocam alguma comichão…), sempre preparada para viajar para longe numa pequena semente, à procura de novas companhias, ideias claras e campos multicolores. E assim foi. Que grande viagem… | ver mais | |
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Quem foste no Dentes de Leão? |
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25 Junho, 2023 | No Dentes de Leão, fui uma pessoa atenta e curiosa. Levo, agora, tudo o que fiquei a conhecer para o meu caminho. Tenho esperança de que nunca termine e que tenha chegado a todos como me chegou a mim. Passei de uma pessoa que pensava que conhecia todo o tipo de arte para uma pessoa que percebe que ainda existe imenso por descobrir. | ver mais | |
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Quem foste no Dentes de Leão? |
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20 Junho, 2023 | No nosso território, o projeto Dentes de Leão assumiu-se não só como uma iniciativa fraturante e disruptiva relativamente à forma de pensar a arte apenas enquanto objeto de contemplação mas sobretudo como uma oportunidade para envolver a comunidade em processos criativos e de reflexão, aumentando o seu sentido de pertença sobre os resultados alcançados. A ligação dos nossos jovens a este projeto de artes participativas foi certamente a oportunidade mais significativa que tiveram de se envolver num processo criativo, nomeadamente de sentir que a sua opinião e capacidade de influência podem condicionar a forma como os artistas sentem e se exprimem perante o território. É inequívoco que as sementes do Dentes de Leão voaram para bem longe e que a sua passagem irá resultar na germinação de novas ideias muito em breve, seja pelo desassossego que provocaram nos jovens, seja pelo impacto que os artistas tiveram na nossa comunidade. | ver mais | |
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Pareidolia |
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18 Junho, 2023 | Beatriz Pereira, Carlota Jardim, Maria Abrantes Da relevância dos afetos no processo artístico do Pareidolia Maria Abrantes (MA) Sinto que, no processo do Dentes de Leão, e do projeto Pareidolia em específico, o papel relacional e afetivo foi mais importante do que qualquer outro. Foi a fundação do que ali foi criado, que partiu sempre do trabalho de grupo, do trabalho afetivo, de como é que trabalhámos enquanto coletivo. Ou seja, não é só uma questão emocional, é uma questão de compromisso com o grupo. A longa duração destes projetos permite essa intensidade afetiva. O tempo do projeto, inevitavelmente, cria relações (boas ou más, o tempo faz isso: conheces as pessoas, a sua roupa de todas as estações do ano bem como os seus altos e baixos). Beatriz Pereira (BP) Para mim, relacionar a parte afetiva e relacional com o meu próprio processo artístico tem a ver com escuta e, de alguma forma, com trabalhar a sensibilidade a partir de um ponto de escuta das individualidades e das personalidades. Mas tem também a ver com o espaço, as necessidades, os interesses e as eventuais ruturas ou dificuldades de cada um. Sinto que é dessa forma que faço essa relação. Carlota Jardim (CJ) A minha área de actividade é uma área em que a criação é normalmente muito solitária (na pintura, estás normalmente sozinhx no ateliê). Talvez tenha sido por isso que gostei da experiência de todos os processos artísticos se pautarem exactamente pelo crescer e pelo desbravar dessas relações afectivas. Fizemos muito para que isso precedesse certas premissas artísticas (que podiam ser mais individuais). Optámos por partilhar aquilo que sabíamos, aquilo que conhecíamos, e ser generosos uns com os outros, primeiro dentro do grupo de artistas, depois alargando aos outros grupos que surgiram dentro do Dentes de Leão. O papel relacional e dos afectos foi, de facto, o mais importante ao longo deste processo e foi um ato de criação em conjunto muito forte. Não só criou laços importantes para o futuro, em todos os grupos dentro do projecto, como me fez pensar nesse processo colectivo como um acto criativo importante, para lá de pensar a criação como meramente objectal ou conceptual. (continua no documento em anexo) | ver mais | |
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18 Junho, 2023 | Sindri Leifsson à conversa com Raquel Ribeiro dos Santos Raquel Ribeiro dos Santos (RRS) Tiveste uma contribuição especial e específica no projeto. A tua participação não resultou de uma seleção a partir de uma chamada aberta. Desempenhaste um papel diferente. Podes falar-nos da importância das emoções e também da lógica por trás da tua participação no projeto? Sindri Leifsson (SL) Para começar, devo dizer que participei neste projeto tendo vindo para um país com o qual não tinha verdadeiramente uma relação anterior. Isso afetou a minha experiência de participação: conhecer não apenas todas estas pessoas maravilhosas mas também uma cultura muito diferente. Isso, só por si, afetou muito a forma como penso sobre a minha participação neste projeto enquanto convidado (mesmo), enquanto forasteiro a entrar e a sair, esperançosamente conseguindo ver as coisas de outra perspetiva, com olhos diferentes dos de alguém muito envolvido nestas localidades, nestas culturas, que aí nasceu e cresceu. No que diz respeito ao sentimento como um todo, é muito entusiasmante participar, poder entrar e viver algo completamente diferente: um ambiente diferente e um clima diferente. RRS Podes dizer-nos se as emoções constituem uma parte importante do teu trabalho ou se se baseia mais na racionalidade e menos no afeto? SL No afeto, absolutamente. Mas o afeto pode ser descrito de muitas maneiras diferentes, como afeto por materiais, cheiros ou texturas. Isso relaciona-se com o que eu estava a dizer antes sobre viver algo diferente. Esse afeto é uma grande parte disso. Uma das primeiras coisas em que reparei quando cheguei, em janeiro de 2022, foi o cheiro intenso a fumo, em particular no Sardoal. Parecia que as pessoas estavam a limpar os jardins e a tratar de restos de madeira mas também a aquecer as suas casas. E havia um cheiro persistente a fumo em todo o lado. Eu diria que o afeto é mais importante do que apenas decisões muito lógicas ou racionais, apesar de, uma vez processados esses afetos, poder revelar-se como uma questão prática de um sentimento muito lógico ou racional. Mas penso que esta é uma forma de fazer as coisas na prática quando se assimilou a relação afetiva. (continua no documento em anexo) | ver mais |
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