PAREIDOLIA

PAREIDOLIA

Pareidolia foi concebido a partir de um exercício coletivo de escrita criativa com jovens dos territórios do Sardoal, Lisboa e Évora, com o intuito de captar os múltiplos reflexos que um lugar tem na construção individual de cada pessoa. Propõe um jogo de leitura criativa de imagens através da palavra e do movimento, recorrendo à partilha da intuição, referências, experiências e conhecimentos individuais das pessoas que leem e interpretam.

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18 Junho, 2023 Beatriz Pereira, Carlota Jardim, Maria Abrantes Da relevância dos afetos no processo artístico do Pareidolia Maria Abrantes (MA) Sinto que, no processo do Dentes de Leão, e do projeto Pareidolia em específico, o papel relacional e afetivo foi mais importante do que qualquer outro. Foi a fundação do que ali foi criado, que partiu sempre do trabalho de grupo, do trabalho afetivo, de como é que trabalhámos enquanto coletivo. Ou seja, não é só uma questão emocional, é uma questão de compromisso com o grupo. A longa duração destes projetos permite essa intensidade afetiva. O tempo do projeto, inevitavelmente, cria relações (boas ou más, o tempo faz isso: conheces as pessoas, a sua roupa de todas as estações do ano bem como os seus altos e baixos). Beatriz Pereira (BP) Para mim, relacionar a parte afetiva e relacional com o meu próprio processo artístico tem a ver com escuta e, de alguma forma, com trabalhar a sensibilidade a partir de um ponto de escuta das individualidades e das personalidades. Mas tem também a ver com o espaço, as necessidades, os interesses e as eventuais ruturas ou dificuldades de cada um. Sinto que é dessa forma que faço essa relação. Carlota Jardim (CJ) A minha área de actividade é uma área em que a criação é normalmente muito solitária (na pintura, estás normalmente sozinhx no ateliê). Talvez tenha sido por isso que gostei da experiência de todos os processos artísticos se pautarem exactamente pelo crescer e pelo desbravar dessas relações afectivas. Fizemos muito para que isso precedesse certas premissas artísticas (que podiam ser mais individuais). Optámos por partilhar aquilo que sabíamos, aquilo que conhecíamos, e ser generosos uns com os outros, primeiro dentro do grupo de artistas, depois alargando aos outros grupos que surgiram dentro do Dentes de Leão. O papel relacional e dos afectos foi, de facto, o mais importante ao longo deste processo e foi um ato de criação em conjunto muito forte. Não só criou laços importantes para o futuro, em todos os grupos dentro do projecto, como me fez pensar nesse processo colectivo como um acto criativo importante, para lá de pensar a criação como meramente objectal ou conceptual. (continua no documento em anexo) ver mais

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