Entrei no Dentes de Leão como assistente da produção, sobretudo para apoio no terreno, nas apresentações previstas para os municípios de Évora e do Sardoal. Nunca tinha integrado um projeto que tivesse como eixo central as artes participativas. Sinto que esta experiência me enriqueceu, me abriu horizontes para o questionamento da participação de uma comunidade na criação artística e me sensibilizou para a dificuldade que é essa integração. Após a minha participação no Dentes de Leão, creio ter alcançado um olhar mais profundo e sensível sobre “participação”, tendo, agora, consciência de que, por vezes, as nuances da integração podem ser tão “suaves” que se tornam impercetíveis a olhares superficiais. Contudo, os pequenos passos conquistados na interação com comunidades de interior podem operar mudanças internas, de questionamentos e aceitação mútuos, que perdurarão no espaço, no tempo e nas pessoas por um período muito superior ao do projeto.