O projeto foi ambicioso e teve objetivos nobres. Infelizmente, devido à sua escala, sofreu muitas falhas: na distribuição de valores, na adaptação a novas propostas de ação, comunicação, sobretudo. De um ponto de vista social, diria que houve discussões interessantes entre o grupo de artistas: uma tentativa de boicote à fase de seleção, a constituição de um coletivo de artistas, uma proposta de nova redistribuição de honorários, a discussão sobre o que é (de facto) a participação e de que forma nos podemos avaliar. Fui artista, aprendiz, psicóloga, gerente, jovem, contabilista, deslocada, questionada, enfim, um pouco de tudo. Estes desafios foram oportunidades para aprender e crescer, tanto a nível profissional como pessoal. A minha participação e envolvimento partiu da vontade – sem grandes expectativas – de um maior envolvimento com outros (artistas, especialistas e criadores profissionais). Essa vontade transformou-se e obrigou-me a uma dedicação mais tenaz.
